Academia Santarritense de Letras

“Somos imortais e eternos, enquanto somos lembrados e reverenciados por nossos pares”


Santa Rita do Passa Quatro, bela cidade do nordeste de São Paulo, agraciada com belezas naturais, situada na crista de uma colina, berço do genial compositor “Zequinha de Abreu”, desde a sua fundação no ano 1860. Sempre possuiu uma plêiade de intelectuais que, através dos jornais,  brilhavam com os seus textos, ora em prosas ora em versos.

No ano 1990, numa reunião entre o Senhor Antônio Carniato Filho, Administrador de Empresas, e o Professor e Jornalista Oswaldo Barbatana, houve a discussão e a vontade de fundar uma Academia de Letras. Baseando-se no passado cultural da cidade e nos valores da atualidade, ambos puseram-se a trabalhar. Reunindo um grupo seleto, constatou-se que apesar de passados os tempos, ainda a cidade de porte pequeno oferecia valores, lustres luminares das letras para compor Vinte e cinco Cadeiras.

Passado um ano, após muito trabalho, aos trinta e um dias do mês de maio de mil novecentos e noventa e um, às 20 horas no Palácio Professor Oscar de Oliveira Alves, sede do poder Legislativo Municipal, localizado na Rua José Rodrigues Palhares, n.117, em Santa Rita do Passa Quatro, foi fundada a ACADEMIA SANTARRITENSE DE LETRAS, que tem por finalidade agregar os cultores das letras, em todos os seus aspectos, ramos ou tendências, respeitando suas individualidades e pugnando pela divulgação dos mesmos ideais, dentro de um clima de bem comum.

No dia 14 de setembro de 1.991, o Salão de Festas da Associação Atlética Santa-Ritense vestiu-se de gala. Era o coroamento da grande conquista.

Com a presença do Príncipe dos Poetas do Brasil “Paulo Bonfim” que dedicou um lindo poema a nossa cidade, os vinte e cinco Acadêmicos, sob a vista de uma plateia seleta que tomava conta do recinto, recebiam a Faixa de Acadêmicos. Lá fora, no portal de entrada, a Banda Zequinha de Abreu abrilhantava o acontecimento e no recinto interno, encantava o Coral Professor e Maestro Otávio Bueno de Camargo, aquela inesquecível e memorável noite de festa da literatura da cidade.

Apoteoticamente aplaudidos, os titulares das cadeiras números 01 a 25. – “Adalberto Antônio Erbetta”, “Alberto Bitar Cury”, “Antônio Carniato Filho”, “Armando Persin”, “Arnaldo Álvaro Padovani”, “Ascendino Theodoro Nogueira”, “Carmem Silvia Rocha Cabello Campos”, “Creusa Vaz de Souza”, “Djanira Pio”, “Eunice Arruda ”” Edson Viviani”, “Fernando Vaz”, “José Aleixo Irmão”, “José Porfirio”, “ Maria Amália Corrêa Gifoni”, “Maria Enid Mussolini”, “Orlando Lencione”, “Oswaldo Barbatana”, “Oswaldo Mariano”, “Paulo Henrique da Rocha Corrêa”, “Sebastião Bergamini”, Wilma Soares de Arruda Pinto”, “Teresinha Peron Bueno” e “Wilson Loduca”, receberam o título de “Acadêmicos Fundadores” com um belíssimo discurso do Acadêmico Armando Persin.

O Símbolo, o “Gigantesco Jequitibá Rosa”, uma preciosidade da natureza com mais de três mil e cem anos de vida, quarenta e cinco metros de altura e um diâmetro que necessita de catorze homens para abraçá-lo, fixado em nosso município, na Mata da Vassununga, tão bem representado em nosso logotipo pelo Professor Armando Persin, ocupante da Cadeira n. 04 e tendo seu o hino, “Canção do Jequitibá”, letra de Antonio Carniato Filho, ocupante da Cadeira 03 e música do Maestro Otavio Bueno de Camargo uma da glórias da música Santarritense. Este monumento ecológico representa o nosso orgulho, motivo  da adoção desse “Velho Jequitibá”, glória da Flora Brasileira de todos os tempos que vem enriquecer o nosso sodalício.

Desde a sua fundação a academia tem participado ativamente na literatura local e regional, nos anos 1.997 e 2.000, realizou dois concursos nacionais de poesia, ambos de grande envergadura, quando conseguiu colocar em evidência literária a cidade de Santa Rita do Passa Quatro com participações de todos os estados brasileiros, somando mais de 2.500 poemas concorridos, cujos coroamentos foram precedidos com maravilhosas noites festivas da literatura brasileira.


 FUNDAÇÃO DA ACADEMIA: 31 de maio de 1.991

25 MEMBROS TITULARES

OBJETIVO : Desenvolver a literatura, preservar a língua pátria e participar nos eventos culturais do município e região.

Canção do jequitibá

Aos meus irmão da
Academia Santarritense de Letras.

Que eu me transforme em música
Poesia,
Que me transforme nos serões de
Outrora,
E branca seja a valsa,
E branca seja a espuma
Das águas de São Valentim,
Que eu me transforme
Em prece e que adormeça
Ao som do sino da Matriz,
E que a esperança pouse
No coração da Vassununga.
Que eu me transforme
Na inspiração de Theodoro
Nogueira de todos nós:
No sonho de liberdade
Do abolicionista Misael
Em noticia de Janico,
Nas treze listas da bandeira
Que o voluntario Osvaldo Mariano
Empunhou nos idos de 32!
Que eu me transforme
Na  estrada que quatro vezes
Passou na lenda de um ribeirão,
Ou nos dormidos dormentes
Da bitola que foi se estreitando
Até chegar a estação do infinito
Que eu  me transforme
Naquele Jequitibá milenar,
Num poema de Mário Mattoso
Ou no dialeto vêneto
Que os ventos ventam na
Lembrança.
Que eu dance as danças
De Maria Amália,
E folcloricamente me
Transforme em terra,
Enquanto Osvaldo
Singra em barbatanas de luar
A noite de sua cidade,
Que me transforme em
Serenata,
Em madrugadas de Zequinha
de Abreu
em oração `padroeira dos
impossíveis
E diga apenas:
- Santa Rita
Acácia florindo nossas vidas
Velai por nós”

PAULO BOMFIM
Príncipe de Poetas Brasileiras

Música: Canção do Jetiquibá
Coral "Tico-tico no Fubá"
Regente: Profª Maria Angela Pereira Barioni
Departamento Municipal de Cultura

“Hino da Academia Santarritense de Letra”
Letra: Antônio Carniato Filho
Música: Otávio Bueno de Camargo

Jequitibá, velho jequitibá,
tu és o orgulho do meu torrão,
tantos milênios – vida igual não há,
alteando garboso sobre o sertão

Jequitibá nascido na serra,
incrustado lá no seio do sertão,
tempos esquecidos – minha terra,
onde o vento ruge fazendo canção.

Jequitibá da eternidade,
segredo rosado do coração;
abono de amor, quanta saudade
nas folhas amargas da solidão !

Jequitibá da minha floresta,
quando pensavas que a Anhanguera,
o trovão de fogo – dia de festa,
invadisse sua doce quimera ...

Jequitibá, muitas histórias
dos velhos tempos vais me contar;
todos os segredos de tuas glórias
para que eu possa te imitar.

Jequitibá, velho jequitibá,
tão esquecido, sonho profundo,
obra melhor, igual a ti não há
em todos os cantos deste mundo.